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Remédio contra diabetes pode ajudar a retardar avanço do Parkinson

Fonte: Freepik
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Pesquisadores franceses fizeram uma descoberta que pode mudar a vida de pacientes diagnosticados com Parkinson. Os autores do estudo descobriram que o princípio ativo lixisenatido, presente em remédios de diabetes, pode retardar o avanço dos sintomas da doença degenerativa que não tem cura.

De acordo com a Fundação Parkinson, mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com a doença, uma condição na qual as células nervosas do cérebro são danificadas ao longo do tempo, causando problemas de movimento, equilíbrio e memória, entre outros efeitos.

O estudo envolveu 156 participantes diagnosticados com Parkinson há menos de três anos, que estavam fazendo uso de medicamentos regulares para tratar os efeitos da doença. O grupo foi dividido em dois, os que receberam a medicação de diabetes e os que foram submetidos ao uso de placebo.

O primeiro grupo continuou o tratamento regular contra a doença, mas adicionou ao cuidado o uso da lixisenatida. O outro grupo tomou um placebo junto da medicação que já estava acostumado. A partir daí, todos os participantes realizaram um exame de seus sintomas motores, recebendo uma pontuação em uma escala de gravidade da doença.

Após um ano, os cientistas observaram que o grupo que utilizou o medicamento para tratar diabetes melitus tipo 2 não apresentou sinais de avanço da doença degenerativa, especialmente quando se trata do efeito de incapacidade motora.

Enquanto isso, aqueles que não receberam o medicamento para diabetes apresentaram deterioração dos sintomas em três pontos na escala de gravidade do Parkinson. Com os resultados do estudo, os cientistas concluíram que o remédio contra diabetes não apenas reduz os sintomas motores, mas protege o cérebro contra a perda de neurônios.

Entretanto, os pesquisadores notaram que os participantes não ficaram livres dos efeitos colaterais. Cerca de 46% das pessoas que receberam o medicamento a base de lixisenatida sentiram náuseas, enquanto cerca de 13% apresentaram sintomas de vómitos.

Com as evidências do estudo, os pesquisadores descobriram que a doença de Parkinson pode estar associada à resistência à insulina no cérebro, e o uso desse tipo de medicamento pode colaborar para retardar os efeitos e as complicações da doença.

Apesar das grandes expectativas, os pesquisadores alertam para a necessidade de elaborar novas perguntas relacionadas ao estudo, capazes de responder se a lixisenatida realmente retarda a progressão da doença, se os benefícios serão vistos a longo prazo, se há risco do desenvolvimento de efeitos colaterais se os medicamentos forem administrados por mais tempo, entre outros.

Fonte: Metrópoles